domingo, 29 de março de 2009

Procura-se Uma Alma Boa


A inocência não é tão ruim, os valores é que mudaram. O que será de uma alma boa que vive no século XXI? Somos bons, ou, ruins? Ou um pouco dos dois? O espetáculo "A Alma Boa de Setsuan", texto de Bertolt Brecht, mostrou-me sua grande atualidade nessa montagem realizada por Denise Fraga e outros grandes atores.
Cheguei a ler uma reportagem sobre esse espetáculo no site do uol e assisti a uma entrevista da Denise no Altas Horas, tudo isso contribuiu para eu comprar o ingresso e ir ao Palácio das Artes assistir a peça.
Para compreender melhor a história, aluguei na Biblioteca Pública o livro. Li e me apaixonei. Ficava imaginando... Se a personagem principal, Chen Te, já é tão carismática ao se ler, imagina encarnada na pele da excelente Denise Fraga? E, realmente, ela deu um show de interpretação.
O texto é fantástico, como eu comentei, super atual e não nos trás repostas, e sim, perguntas.
Ontem, 28/03, enquanto assistia à peça, comentava com minha tia Márcia: É lindo! Lindo! Eu me emocionava, ria, sentia-me encantado por aquilo que estava assistindo. E pensava: teatro é tudo, é o que eu quero pra mim, é a minha vida.
Ao chegar no teatro, deparei-me com o ator Ary França, que interpreta "Deus" na peça, conversando com o público. Os atores já estavam em cena, alguns entregavam panfletos com a sinopse da peça. Tudo isso deixava o ambiente mais agradável, aproximando a platéia daqueles que estão ali no palco fazendo arte.
Ao final, Denise Fraga explica que ela e os outros atores concordaram em dar um outro final, ou melhor, falar de forma mais direta sobre a profundidade do espetáculo. Daí, ela fala um texto lindíssimo sobre a bondade e a maldade, plantando questionamento, indagações e mostrando a importância que a arte tem, de questionar os valores, de sacudir a platéia e dizer: Acorda! Vamos rever nossas atitudes, não vamos viver por viver.
Aquele que é muito bom, que está sempre pronto a ajudar, muitas vezes se vê prejudicado, e, injustiçado pelos outros. Há um valor no "não", que muitas vezes não percebemos. No entando, prejudicar os outros e só pensar no agora é ser iconsequente. O amanhã está aí, aqui se faz, aqui se paga. Deve-se procurar um equilibrio para se viver de forma mais digna, mais confortável. Ninguém é totalmente bom, ou, mau, nós só não estamos acostumados a procurar enxergar no outro essas duas faces, os dois lados da moeda.

Nenhum comentário: