domingo, 13 de março de 2011

The Performer

a Capa:




  

  
 Nota


"O amor, Carlos, você telúrico,
a noite passou em você,
e os recalques se sublimando,"

Não se mate


Carlos Drummond de Andrade



Prelúdio



Esrfeag
                    De                                                                              
                    sA                                                                                                                         Ba                           

Es           
                                                            cor                 
                                              re                                                 
                   
Mer    lha
g
            u        
  
E      x      p      a      n      d      e

quarta-feira, 9 de março de 2011

1° Ato: Toc toC tOc


Na brevidade
 do
tempo
Nessa instalação
efêmera
 o
gesto
se
estabelece
estremece
se

são
Objetos
            contrapostos
 justapostos             
sobrepostos

Expondo 
cada um
uma própria
sinesfera

são
 Corpos Suores Odores e outros Fedores
 compondo dança
compartilhando
partituras
Duras
repetições

Um
contato

uma
Comunhão
O
animado
e o 
ainda
inanimado

Nesse contrato
Textura fina
firme lisa resiste
ao tato Impõe
uma outra medida
Propõe novas
simetrias
Auto-reconhece

Mal sabe
a mente
sobre
o
corpo
tão sabiamente
acordado
sob
o pescoço
dela


Dá-se
comandos
Afasta um
braço
arreda uma
perna
Gira a
cabeça
Balança
o quadril

A mão
tenta enfrenta
abre
a escuta Pede
licença 
Espera ou apenas se
arrasta
com seus pés

Investiga
Atreve-se
no ato
Desata suas
amarras
para poder
sair
do lugar 

Só aí
descobre-se
no Espaço

Obs
O espaço
 tudo aquilo
além
do meu
corpo
Inclusive
meu 
Corpo

2° Ato: Creck!

O corpo em ação
diz o não dito,
busca o esquecido
e depara com
suas verdades e
mentiras.

Até
mesmo seus
silêncios, sem
seu consentimento...
E suas farsas
já impregnadas
em cada centímetro
quadrado, cada
volume cúbico,
cada curva,
cada entorno.

E reverberam
em todos os
músculos.
Colide uns nos
outros: expõem
fraturas.

Cá se
apresenta:
O corpo mutilado,
de ossos serrados,
aos cacos!

Limpa-se
a ferrugem.
Solda!
Aproveita
e se encharca
de óleo.

Improvisa-se
um ritmo,
deixa-se o
som levar
o corpo levando
a mente.
E então, 

Passo a
passo, pé ante pé
deixa-se
germinar
naquele chão.


O corpo se
contrapõe: procura
os limites. Estica:
vira daqui                                                     pr'ali.
Vai e volta. Contorna,
atravessa, segue
em frente e
corre
obedecendo
somente o
instinto.

Para! 

Quebra-se
em ângulos obtusos,
agudos, até
ficar reto e
se esparramar
num solo
fértil.

O organismo
retrai. Encolhe.
Engloba.
Encaixa-se
numa placenta
imaginária e
se prepara:

Respiração ofegante, 
pulsante!
O sangue corre
por suas
veias,
insufla o
pulmão.
Pensa na
mãe natureza,
transpira por
suas glândulas
e provoca o
coração.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Epílogo  

Esse trabalho é fruto da oficina 'Instalações Efêmeras' com a artista Dudude Herrmann. Foi um processo de descoberta, o qual desencadeou numa nova consciência do meu corpo visceral e somático. Pude me arriscar, reciclar, inovar e principalmente me perceber. 
Ao fim dessa experiência, pensei na melhor maneira de reportá-la, na sua intensidade, aqui para o blog e cheguei a idéia de fazer essa "exposição" The Performer, traduzindo em versos, imagens, vídeos, sons e em muitos outros movimentos tudo aquilo que experenciei.