sábado, 19 de junho de 2010

Nem como, nem como como

Uma bomba de chocolate veio parar na minha mão,
não tenho vontade de comê-la, nem quero desperdiçá-la.

Está aí, meu mundo caiu
e tudo virou mashmallow.

Um gordão passou por aqui e comeu tudo.
Restou os granulados, meus amados, jogados pelo chão.

Junto tudo o que sobrou, que não foi muito
mas tem seu valor calórico.

Algumas torradas queimadas na borda,
algumas empadas, uma coxinha... feita por meus avós.

Mais nada! Nem ninguém nas próximas confeitarias.
O padeiro fizera muito de me deixar por aqui, para experimentar...

Farei a dieta. Erguerei toda a pelanca,
com suas celulites, estrias, varizes, dobras, assaduras e abstinência.

Só não sei se como.
Nem como como.

ps. Uma paródia de Nem como, Nem quando por Jéssica Batista, a Cool.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Sem sentido(s)

Estou perdendo os sentidos.
Já não consigo sentir
o cheiro, que é
só seu característico.

Estou perdendo o sentido.
Já não enxergo as
suas formas, os
seus fortes traços.

Estou perdendo o senti.
Já não sinto o teu gosto,
ora amargo, ora doce,
ora azedo,ora salgado - de suor .

Estou perdendo o sen.
Já não consigo te ouvir,
nem mesmo a declaração
que sai da minha própria boca - pra sua.

Estou perdendo.
Nem tato, nem fato,
textura alguma,
nem minha, nem sua.

domingo, 6 de junho de 2010

"Eu não sou eu,
Nem sou o outro
Sou qualquer coisa de intermédio" 

                                                               Mário De Sá Carneiro

sábado, 5 de junho de 2010

Entregue-se


Desisti de nadar contra maré, vou me deixar levar... Sem medo de sentir uma fadiga, um cansaço, que me faça desfalecer...
Eu continuo o mesmo, no entanto, mais frágil.  Tem sido difícil lidar comigo dessa maneira. Sempre fui tão durão, afirmava pra mim mesmo: eu dou conta. Talvez eu até conseguisse segurar a barra, mas de um tempo para cá, isso não tem acontecido. Minhas paredes desmoronaram, foram levadas pela correnteza, se não soubesse nadar, já teria me afogado. O meu eu levado à lugares bem fundos, verdadeiras fossas marítimas. Perdendo o fôlego, balançando os braços e pernas, tentando voltar a superfície... até descobrir que eu poderia respirar ali, debaixo d'água.
Eu estou começando a me acostumar com esse turbilhão de emoções que me assaltam. Estive pensando: será que a vida não deve ser mesmo assim, agitada? Passar por sufocos, choros e choros... Talves as coisas deveriam seguir assim, uma vida de tons mais fortes e carregados, ao contrário dos tons pastéis que costumavam tingir minhas fotografias, momentos capturados, flashs!
Sabe, se a vida não fosse assim, tão intensa, talvez não tivesse a mesma graça. Somos pedras brutas, modeladas pelo intemperismo. Essas nossas experiências, por mais tortuosas nos pareçam, são válidas.
No entando, não descarto um momento de repouso. Haja jogo de cintura para dar conta de tudo. Por aqui, as coisas estão até mais calmas agora. Não precisei de uma pomba, como Noé, para trazer um sinal de "terra à vista". Posso ver, com meus próprios olhos, a baía. A praia está logo ali, falta pouco. Preciso de sossego. Preciso parar, refletir, processar com calma tudo o que está se passando para continuar.
Descansarei por um breve tempo nessa praia... Para aí sim, seguir em frente.