segunda-feira, 22 de agosto de 2011

sobreVoar

É que nesta noite eu sonhei que sabia voar.
Alcei-me por sobre as núvens,
ensaiei manobras rasantes...


só sei que voei,
sim, voltei.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Desarmar

Dizer sim
a um não à toa,
atroa!

Dizer não
assim, numa boa...
(Por mais
que você doa)
Doemim.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Meu! Cérebro

"Só eu posso pensar se Deus existe,
só eu! Só eu posso chorar quando
estou triste... só eu."

Cérebro Eletrônico, Gilberto Gil


Às vezes eu queria ser diferente, queria pensar menos, questionar menos, indagar menos... Eu gostaria de ser simples, fácil de compreender. Ser como aquele que vive e só vive. Age por instinto, pelo faro. Segue a intuição e corre riscos. Eu corro e me arrisco. Presumo que sempre! Mas o problema é que eu penso e o pensamento adia a ação e me angustia.
Uma amiga me disse que há pessoas que acordam tristes, mas levantam da cama e vão tomar o seu café da manhã, entram para o chuveiro e em seguida saem para trabalhar/estudar... Eu não!, eu paro e penso: por quê?
Em alguns momentos eu penso que o curso de psicologia me deixa mais neurótico, mais desconfiado. É difícil pensar que um "charuto é só um charuto". Se eu fizesse engenharia, eu acredito que seria diferente. Não que eu quisesse, mas é que eu não estaria tão envolto com a contrução da minha subjetividade, e sim, com alguns prédios, espaçonaves, etc. Por mais que tudo o que fosse projetado da minha mente tivesse um pouco de mim, ainda assim, seria diferente... Ou não!
Às vezes eu me incomodo mesmo com essas coisas, mas por outro lado é bom ver que nada passa sem deixar sua marca, sem provocar um (novo) pensamento, um questionamento, uma pulga na orelha que seja, dessas que demora a coçar, mas quando coça...
Às vezes eu sinto. Sinto e penso, penso tanto que quase enlouqueço. É o preço que pago por ser da humanas.

"E sei que cérebro eletrônico
nenhum me dá socorro
no meu caminho inevitável
para a morte. Porque sou vivo,
sou muito vivo e sei
que a morte é
nosso impulso primitivo"

... na voz de Marisa Monte