quinta-feira, 28 de agosto de 2008

O Fracasso


As minhas dificuldades vêm todas à tona. Fico confuso, vem o branco. Pronto, ferrou-se tudo.
Queria fazer um serviço, queria mostrar que sei... Queria!
A cada dia que passa sinto que não sou pronto para essas coisas da vida. Não me perguntem quais coisas, porque eu simplesmente não sei nada. Sou apenas um inseguro no mundo.
A falta é da confiança. "Aonde você está?"
Eu tenho capacidade, mas não confio nela. Está aí todo o mal. E ele precisa sair da minha vida.
Se fosse para começar a falar de todos os defeitos e dificuldades, acredito eu, que ficaria aqui até o resto da noite. Após reclamar da insegurança, passaria para a preguiça. Meu maior pecado capital, o que mais me prejudica.
Vou parar com essas minhas lamúrias. Até o próximo post.

sábado, 23 de agosto de 2008

Meninas do Ouro



Finalmente as meninas do vôlei ganharam a tão sonhada/esperada medalha de ouro nas olimpíadas. E foi merecido, na minha opinião, com muito talento, garra e técnica venceram os EUA na final.
Bom, sou péssimo para fazer esse tipo de comentário ligado ao esporte, até mesmo porque não sou muito ligado a essas coisas. Mas em época de olimpíadas/copa do mundo, o nacionalismo fala mais alto. Ficou provado que eu não sou um bom torcedor, digo, me estresso bastante com os erros dos atletas, por outro lado... Vibro bastante, mesmo distante dos jogos. Pulando que "nem um doido" no meu quarto com a vitória por exemplo do vôlei feminino nessa manhã.
Não tenho mais nada a falar, a não ser parabenizar o time e a equipe da seleção brasileira de vôlei feminino.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Direto do "O Conto da Mulher Brasileira"


Lucas, Naim
de Hilda Hilst:

", posso ser este e outro, posso não ter sido e ser sempre, ainda complexidades, mas há modelos que se expressam com muito mais trançados do que eu: 'o indivíduo tem uma extensão considerável no tempo e negligenciável no espaço'. Isso disseram."

O piano de Cristina de Queiroz:

"Não, eu sou apenas só e por isso agrido os que não o compreendem!"

"Mais tarde veio, conscientemente, a amargura e o conflito em saber-me bipartida, apenas como um ser para o outro. Às vezes, alarmada, perguntava-me a mim mesma: Mas até onde serei eu? - A única maneira de escudar-me de mim mesma era elaborando por demais as coisas. Distorcendo-as, camuflava-me aos meus olhos."

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L. estava encantado com o livro que estava lendo para o vestibular. A leitura lembrava bastante Clarice Lispector e isso o instigava mais ainda a ler o resto dos contos.
Como tudo que passa pelos olhinhos de L., o livro também o deixava inspirado e com vontade de fazer igual. Aprender com as escritoras como escrever de forma tão bela.
Essa era a meta. Capturar de tudo e todos uma imagem, um fato, para levar para seu infinito (aquele dentro de si) e mais tarde transformar em arte. Este era o seu ofício.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Perturbado

Focando somente naquilo. L. sentia-se chato por isso, falar, pensar... só sobre isso cansava. Parecia algum mecanismo de defesa, uma válvula de escape para afastar todo o resto. Depois de todas as desilusões em relação a tudo, L. pensava obsessivamente somente naquilo.
Refugiou-se do mundo, abafou os desejos e passou a pensar somente uma coisa. Não chamaria isso de fanatismo, era um exagero anormal, meio perturbado.
Perturbado. Essa era a palavra certa e qualquer desequilíbrio, algo desarmonioso o perturbava. Incomodava. Irritava.
Chato. Era isso, L. era um chato para si mesmo e não conseguia parar de falar. Estava histérico, surtando mesmo.
Focar em um ponto para esquecer o resto, mesmo que ocorresse inconscientemente, agora que tomara conhecimento o preocupava.
A fuga. Fugir dos anseios, desejos e depositar tudo em uma coisa só. É muita neurose junta. Analisando com um certo distanciamento só posso concluir que isso prejudicava L., o deixava mais ansioso. Dar dimensão a um desejo só é perigoso.
L. precisava esvaziar-se, relaxar. O conselho seria depositar toda as suas vontades em uma folha de papel.

Boa Sorte L.!

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Falar dessa forma indireta, me alivia!

The world is mine.

domingo, 17 de agosto de 2008

Domingo animado



Salvo pelas M&M's. Domingo muuuuuito divertido. Assistam o vídeo para ter a idéia.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Meros fragmentos (devaneios!)

O quarto.
O lugar perfeito para o impacto.
É ali que me acho.
é ali que me mato!

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L. estava pensativo depois da resposta que teve "Em que tipos de espelhos podemos nos conhecer melhor?"
Perguntara a uma colega de turma e ela se veria num espelho "rosa, ou grande, não sei".
A colega de L. tinha a incerteza de onde se olharia. Talvez ela não tenha o costume de olhar para dentro de si. Talvez ela esteja incerta, quanto ao lugar aonde chegaria a se encontrar.
Porém, ela tem uma pequena dimensão de si própria... "ou grande". Ela está no caminho certo.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Arte, se fosse verbo, seria transitivo



A busca pelo aparecer. Acredito que todos que façam qualquer forma de arte, ou trabalha em alguma coisa, gosta de ser parabenizado, prestigiado. Isso faz bem para o ego e funciona também como motivação. Elogios alimentam nossa alma, essa é a grande verdade. Se "vivêssemos" sem elogios, nosso mecanismo de defesa provavelmente viveria "por auto-afirmar", para sentir-se firme com o seu eu.
Seria a todo tempo: eu sou competente, sou bonito, feliz, talentoso... Por aí iria o rio de elogios, para sentirmos bem. É inerente.
Eu, como ensaísta a escritor/ator, sempre que produzo uma coisa nova tenho a vontade de mostrar a alguém, receber não só um elogio, uma crítica também. As críticas nos acrescentam muito pois elas nos deixam com os pés no chão. Já os elogios nos deixam tão envaidecidos que mais tarde pode nos prejudicar.
Esse blog por exemplo, às vezes penso que ninguém lê e parece que é natural de bloggueiros às vezes terem essas sensações. Mas o legal é que lêem e vez ou outra aparecem comentários: "Li seu blog, poxa, gostei muito". Querendo ou não, isso motiva. Eu descobri que o segredo da perseverança é escrever para mim, porque gosto e porque é importante praticar.
Recentemente tive idéias de fazer vídeos para tentar mostrar um pouco do meu lado ator, e postar na internet. A internet serve de grande ajuda para nós hoje, porque se você gosta de escrever, pode fazer um blog, se seu "negócio" é tirar fotos, pode fazer um fotolog, agora se você gosta mesmo é de atuar/improvisar/produzir clipes de música, temos hoje em dia os sites onde podemos colocar nossos vídeos.
Por enquanto fiz só dois vídeos, mas pretendo fazer mais. Tudo o que surgiu até agora foram "cenas" de improvisação e puro besteirol. A busca pelo preencher o nada, o vazio. Falar sem propósito, apenas despejar o que vem em mente. Há uma arte sutil, no fazer brincadeira, no falar por falar, na prática ao nada.
Mas tudo isso é bom, eu acredito que se arte não fosse substantivo seria verbo transitivo... Ela pede complemento. Ela quer se mostrar, nem que seja só para seu autor, pelo menos para ele, ou principalmente para ele. No meu caso, faço para mostrar, para sensibilizar o outro com aquilo que sinto, aquilo que quero expressar.
É isso, deixo aqui então, meu primeiro vídeo, chamado "Improvisação de Lipee". Assistam, está até engraçadinho.

sábado, 9 de agosto de 2008

Welcome Sancha


Hoje meu pai ganhou uma vira-lata. Nós tivemos uma "cachorra" ( não pensem pelo lado vulgar, mas é que não quero falar cadela, pronto, falei)... Continuando: Pois é, chamava-se Minei e era quase da minha idade, não me recordo de algum momento da minha vida em que ela não estivesse.
Nossa, que lindo isso ficou, deixa-me consertar... Eu e a Minei nunca tivemos um bom relacionamento. Não sou chegado a criações, já tive duas tartarugas, dois periquitos, dois coelhos, dois hamster, e agora... A segunda vira-lata, a nova cachorrinha.
Seu nome é Sancha. Fiquei horas pensando em um nome, porque meu pai havia me cogitado para escolher. Não queria um nome próprio, sabe? Nome de "gente". Queria algo diferente também, então resolvi recorrer aos personagens de livros que já li e o mais diferente e o que vingou, foi Sancha retirado de Dom Casmurro.
A nova cachorrinha é uma gracinha e acredito que poderemos ter uma boa relação, a última havia até me mordido quando eu era criança e um não olhava para a cara do outro. Vivíamos harmoniosamente, ela no canto dela e eu no meu .
Quem sabe agora, com a Sancha, posso tentar a ter finalmente um bom relacionamento com algum animal de estimação. Assim espero.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Folhas avulsas de um baú - 2°parte

dia 14/01/2007

"... mais coisas de uma mente perturbada!
[...]
Às vezes eu quero me mandar tomar no c*, por causa de certas besteiras.
Voltando ao assunto da mente perturbada... Não sou um doente mental, mas tenho lá minha anomalias. Muitas coisas me irritam, inclusive eu. Acho que sou meu maior irritante. Isso, além de irritante é chato.
Mas eu adoraria falar do que me irrita. Isso é quase uma busca por si mesmo. Olha que profundo. Porque se vcoê for analisar, o que te irrita nos outros é uma coisa sua (quase sempre). A SEMELHANÇA IRRITA.
Então acabo de chegar a conclusão que eu sou muito parecido comigo, porque ser eu é às vezes altamente irritante. FUDEU então!
Pessoas que falam devagar me irrita um tanto. E pessoas já me falaram que sou assim para falar, bem calmo. Pessoas que me interrompem e não me deixam falar, faz eu ficar irritadíssimo. Porém, já reclamaram que eu às vezes corto um assunto "do nada".
Quando eu conto um caso e ninguém me leva a sério, me deixa também muito irritado..."


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Está aí o fundamento do nome: Meu Irritante Eu. Eu sou uma das pessoas que mais me irrita até hoje e continuará a ser assim... Até o fim.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

O Pagador de Promessas

"Bonitão
Não falei por mal. Eu também sou meio devoto. Até uma vez fiz promessa pra Santo Antônio...


Casamento?

Bonitão
Não, ela era casada.


E conseguiu a graça?

Bonitão
Consegui. O marido dela passou uma semana viajando.


E o senhor pagou a promessa?

Bonitão
Não, pra não comprometer o santo."

Um trecho do livro O pagador de Promessas de Dias Gomes. E esse trecho é ótimo para sintetizar o livro todo, a conveniência, usam/manipulam a idéia do outro como bem entendem. No trecho, Bonitão usou a promessa para adultério e não precisou "pagar" mais tarde para não comprometer o santo. Ou seja, tudo vai conforme o interesse de cada um. E acredito eu, a vida "real" é bem assim também, como Dias Gomes ilustra no livro.
O que mais achei interessante foi como o autor mostra o jogo de interesses que todos os personagens faziam em cima do personagem principal, "seu" Zé-do-Burro.
E o personagem é tão imaturo, sem maudade que só depois que os tais interesses se repercurtem, que ele ironiza "todo mundo só quer ajudar". Todos apareciam em sua vida demonstrando compaixão e querendo ajudar o pobre que andou sete léguas com uma cruz nas costas para pagar uma promessa.
É uma grande manipulação, o que fazem com Zé-do-Burro. E ele, muito inocente, não nota porque está mais preocupado em cumprir a promessa que fez.
A mentalidade machista, de que as mulheres de nada valiam, se não para cuidar da casa, do marido e dos filhos também aparece no livro.

"Rosa
E pra você não se sujar com a santa, eu vou ter que dormir no chão, no "no hotel do padre". (Olha-o com raiva e vai deitar-se num dos degraus da escada da igreja). E se tudo isso ainda fosse por alguma coisa que valesse a pena...


Você podia não ter vindo. Quando eu fiz a promessa, não falei em você, só na cruz.

Rosa
Agora você diz isso. Dissesse antes...


Não me lembrei. Você também não reclamou...

Rosa
Sou sua mulher. Tenho que ir pra onde você for..."

Ou seja, por ser casada, tem que acompanhar o marido aonde ele for. Mostra como era a mentalidade da época, a mulher submissa ao homem.
É uma peça teatral muito boa, vale a pena ler.