quinta-feira, 31 de julho de 2008

Dear Frankie


Hoje este filme, Querido Frankie, fez-me emocionar sentado em meu sofá. Não esperava que era um filme tão lindo.
O filme conta a história de uma mãe que preocupada com a ausência paterna para seu filho, Frankie, começa a escrever uma série de cartas assinadas com o nome do pai. Este pai fictício, tem como desculpas para toda a ausência o seu trabalho. Ele trabalha em um navio viajando pelo mundo e contando de onde está, suas incríveis aventuras ao filho.
Chega um momento que a situação aperta, o navio que supostamente Lizzie, mãe de Frankie, inventou para o seu filho, está para chegar na cidade onde estão. Ao se deparar com essa notícia, ela resolve arrumar um homem para se passar por pai de Frankie nos dias em que o navio permanecer ancorado na cidade.
Ver a inocência daquela criança e também a sua inteligência, penso eu que emocionaria qualquer um.
A preocupação da mãe em "dar" um pai digno para seu filho, diferente do biológico, alguém que o filho poderia se espelhar. O cuidado que tem com o menino... Tudo isso torna o filme mais especial. Lizzie permanece perseverante para que seu filho nunca se decepcione com esse pai "ideal".
Vale a pena assistir.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Folhas avulsas de um baú - 1°parte


L. estava mexendo em seu baú, lendo algumas coisas passadas, quando encontrou uma folha, na qual havia um colorido diferente, giz de cera. L. gostava de colorir com giz de cera, achava mais expressivo que o lápis comum.

Na tal folha, havia um texto, L. tinha escrito em 18/07/07.

"... garota eu vou pra Nova York, vou ser artista de cinema, o meu destino é ser star"

"Com um pouco de lucidez, com um misto de sensatez, esforço-me para não ser tão falso com meus próprios sentimentos, estes que hoje variaram da maior alegria e satisfação à tristeza e desânimo. Viver e viver bem, essa é a vontade suprema e tentar entender essa pessoa esquisita, deitada na cama, distante desse mundo real."

A essa altura, tudo se tornou fantasia e nada, nada o distrai. L. muitas vezes escrevia de forma tão dramática... Ele apenas tentava expressar um pouco do que se passava dentro dele.

"Um lado meu quer derramar-se em lágrimas, lágrimas de pura nostalgia, a outra... É a outra e pondo"

Era apenas mais um fragmento de um pensamento determinado.

"... Como é bom lembrar do momento em que as luzes se acendiam e eu não era só eu, eu transbordava, eu transcendia!"

Saudades? Sempre. Esse esquisito da cama, daria tudo por um instante de recordação. Levanta e vai até o espelho do banheiro... E reconhece-te, olha bem em seus olhos, para ver se em algum segundo, um ou outro deixa escapar um olhar dissimulado.

"... Agora só vejo a verdade e ela não é dura como dizem, talvez eu esteja de acordo comigo, que a verdade não arranque nem pedaços desse corpo mal trapido, digo, esquisito."

Aos poucos, vai liberando seus segredos, ou melhor, suas verdades...

"Sou um ser inconstante. Eu sou. No fundo consigo sentir um carinho especial por mim mesmo. Eu consigo entender tudo que passa no lugar mais profundo e escuro, meu lar. Aqui habitam a verdade, os segredos, os medos, as felicidades, tristezas, todos vivem em harmonia, (principalmente a mentira, quem disse que há harmonia?). "

L. sentiu saudades daquele momento. De julho do ano passado. O texto havia trazido uma boa recordação e isso o deixava feliz, o deixava satisfeito.

"Esse chapéu velho, sempre estará na minha recordação. Tudo tão perfeito."

E L. terminou a leitura com uma lágrima escorrendo de seus olhos.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Terra de Ninguém


Bem vindo à terra de ninguém! É assim que me sinto, morando em um lugar que não há punições, que as pessoas não temem errar, porque sabem que não serão punidos. Assim caminha a humanidade, já dizia Lulu Santos.
Ando nas ruas, receioso porque posso ser assaltado a qualquer momento. Não quero entrar em detalhes do velho clichê de que agora a sociedade é que tem que se prender dentro de casa, porque os ladrões, assassinos, estes infratores da lei, estão soltos, livres. E que bonita palavra, não? Livres*!
Você se sente livre, ainda morando nesse mundo de impunidades? Eu não me sinto.
Tudo isso me entristece, sabe? Ver que as pessoas matam, roubam, aplicam golpes de tudo que for tipo. A lei da selva, isso sim, é o que a sociedade tem se assemelhado. Todos esses que não temem as leis, que alias, nem são compridas nesse país, se parecem com os predadores. Agem irracionalmente, só agem por instinto.
E é claro, que a culpa, na hora em que vão procurar de quem é, é sempre do governo. Eu acho ótimo isso. Porque ninguém está nem aí para ninguém e na hora de acusar, sempre vão acusar o outro, que a culpa é o modo de governo, que a corrupção começa é lá de cima, que é isso, que é aquilo. E eu não discordo, só acho que a culpa não é só de um governo, a culpa é de toda a sociedade.
Podem falar que esse meu papo aqui de "conscientização", de nada vale. Mas acredito que é aí que mora a solução. Se todos olhassem os erros que cometem. Se evitassem-os pelo menos. Talvez as coisas não estariam assim em um estado tão caótico.
As pessoas não tem mais o controle sobre si. Usam drogas, que pertubam o consciente... E tudo isso para quê? Acredito eu, é claro que não é a maioria, mas usam drogas muitas vezes para fugir da realidade que a própria vida apresenta. Na hora de procurarem um caminho bom, uma solução, se perdem no que eu diria que nem é mais "falta" e sim o "transtorno" de valores.
Ah essa sociedade doente. Às vezes fica difícil viver.

*Livre(s): Que não está sujeito a algum senhor; que tem o poder de decidir e de agir por si mesmo; que goza dos seus direitos civis e políticos; que não tem limites; imenso, infinito.

Estes são alguns significados para a palavra livre no dicionário Aurélio.

domingo, 27 de julho de 2008

Papo de louco


Numa roda de conversa:

A: Gente, mas nós viemos dos macacos.
B: Eu não vim do macaco. Só se você veio, porque eu não vim.
A: Gente, mas há fóceis. Os seres foram evoluindo, aquela parada de Homo sapiens, Homo erectus...
C: Não fale isso dos macaquinhos.
B: E porque os macacos não continuaram a evoluir? Como ainda existem os macacos?
A: Mas foi uma certa espécie, vocês não entendem.
D: E você sabe que foi comprovado que não houve mais aquela questão de Big Bang, grande explosão. Houve uma expansão, isso sim. Eu li isso na revista Veja. Os cientistas estão querendo reproduzir a expansão do universo, estão tentando saber como foi ao certo, uma data precisa.
C: Que papo é esse?
D: Estão para comprovar até a existência de uma outra dimensão. E vocês sabem que eu acredito nessa história de outra dimensão, ?
A: Sim, você já comentou comigo essa história.
D: Pois é, mas a tal reportagem da Veja... Dizem que o universo era tão pequeno, que era como se pegasse um próton e dividissem em não sei quantas mil partes. E em três minutos, esse pedacinho de universo se expandiu para o tamanho de uma laranja. Está tudo lá na revista, a capa está escrito Big Bang.
B: Espera aí gente, não estou entendendo essa história de próton.
A: Próton é uma carga positiva. Matéria de física isso.
D: É tudo física quântica.

(A conversa rolava, enquanto M. apareceu no meio do assunto)

M: Estou ouvindo essa conversa de vocês, tive que vir aqui. Vocês estão parecendo tudo louco, isso sim. Aquele povo que fica na Praça Sete falando que o mundo vai acabar...

Em suma, “O Mundo não se fez para pensarmos nele... Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...” de Alberto Caeiro.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Um estranho no mundo



1° Ato: Ah esse coração... por ser ocupado. [...] a todo instante. [...] tudo parece tão fácil, medos... Tudo fica mais difícil.
... fácil, nada para temer, coisas para pensar. Decisões, decisões, decisões,
Eu quero...Eu r... Beijo, abraço, os braços de todas as pessoas.
2° Ato: Ao vivo, bem vivo! Me assusta. Estou no cativeiro que criei para mim, a minha caverna.
3° Ato: Há pedras.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Onde olham os olhos teus?


A: Para onde olham os olhos teus? Para o nada? A procura de algo?
B: Não sei ao certo. Na verdade, eu gostaria de olhar para dentro de mim.
A: E não consegue?
B: Às vezes, em meio a devaneios... Me encontro.

horas depois...

A: E aí, pensou na pergunta que te fiz?
B: Para onde olho?
A: Sim.
B: Olho para o nada, nele consigo me encontrar. Com o olhar
meio disperso, meio perdido, é aí que me encontro.
A: Está certo disso?
B: Sim. Me encontro em lugares, pessoas, objetos. Às vezes
me enxergo em tudo, às vezes me enxergo em nada.
A: É bem complicado isso, não é?
B: Você nem imagina. Mas você não tem idéia de quão
surpreendente são, estes encontros ora não esperados,
ora tão desejados.

sábado, 19 de julho de 2008

Listras pretas e brancas

Seria a zebra, branca com listras pretas ou preta com listras brancas? No livro Tabuleiro de Damas, Fernando Sabino faz uma pergunta parecida, se o tabuleiro de damas é preto com quadrados brancos ou branco com quadrados pretos. Mas ele acha que o tabuleiro é nada com quadrados brancos e pretos. Acho que podemos dizer o mesmo da zebra, nada com listras pretas e brancas.

São tantas perguntinhas assim bobas, que nos fazem parar para pensar horas. Quem veio primeiro o ovo ou a galinha? Acho que se formos relevar a Bíblia, Deus criou todos os animais em Gênesis então podemos afirmar que a galinha veio primeiro e sucessivamente os vários ovos. Indo para um lado mais filosófico da coisa podemos falar outra pergunta: “ser ou não ser, eis a questão”.

E é isso, traçando um paralelo nessas perguntas bobas até chegar nos finalmentes. Na vida somos cheios de dúvidas e perguntas e às vezes nos deparamos com algumas do tipo: quem eu sou? Quem você é? Que também nos deixa na maior dúvida. Não é tão engraçado nos fazer tal pergunta e ficarmos horas assim: “bom, eu sou... um cara legal, é...”, e daí dura uma eternidade até a pessoa conseguir descrever a si mesmo.

Um dia desses estava lendo um livro da filósofa Marcia Tiburi e ela escreveu o seguinte: “Se ninguém conhece a si mesmo, pois esse é o nosso maior problema, oportuno é procurar o próprio nada que nos faz desistir de toda explicação.”* E pegando outra frase para concluir meu raciocínio, escrevo um pedaço de uma poesia de Paulo Leminski: “...nele tudo se foi e , se ser foi tudo, já nem tudo nem sei, se vai saber a primavera ou se um dia saberei, que nem eu saber nem ser nem era.”**

Bom, eu acho que realmente é muito difícil tentar nos entender, porque somos humanos e estamos o tempo todo “aprimorando”, modificando, somos uma verdadeira metamorfose. E essa é a graça de viver, estar constantemente aprendendo, melhorando, para no final sermos alguma coisa.

Seguindo o raciocínio da filósofa, é realmente oportuno procurar o nada porque aí sim nós nos entenderemos, porque como diz Leminski “que nem eu saber nem ser nem era”. Ainda não somos, alias somos nada e no final da vida, quando tudo já aconteceu, aí sim podemos “ver” que fomos alguma coisa, enquanto isso não somos nada.

Tais perguntas nos deixam horas pensando, analisando, vira um quebra-cabeça onde tentamos juntar todas as peças para ver no que vai dar. E nós somos um grande quebra-cabeça, onde só no final podemos ver no que deu, olha que fantástico. Por enquanto somos meras peças, que “alguém” está montando.

Por isso não precisamos nos dar ao trabalho de ficar horas e horas tentando nos decifrar. Acho que nós, seres humanos, somos muito insatisfeitos. Não contentamos com nada e queremos questionar literalmente Deus e o mundo. Não é muito mais fácil viver, só viver. Sei que realmente é muito gostoso ficar pensando, questionando, fazemos tudo isso para tentarmos mostrar que não somos tão burros quanto parece, mas há coisas que não são necessárias.

Mas não recrimino ninguém, escrevo esta crônica para tentar dar um de entendido, falando como podemos viver uma vida mais “tranqüila”. Mas eu mesmo fico horas e horas a questionar as coisas, só para me dizer inteligente.

É uma controvérsia, um equívoco, e quem não é cheio dos equívocos? Alias somos humanos. Nós humanos somos assim, tem até a frase: “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”. E é bem assim mesmo.

Bom, pelo menos desse equívoco, dessa controvérsia, nasceu uma crônica. Vivemos a vida a questionar, desde perguntas bobas, só para descontrair uma roda de amigos como quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Até perguntas mais “sérias” como quem eu sou? Enfim, vivemos num mundo de insatisfeitos, onde todos procuram achar defeitos e questionar a Natureza para se dizer mais inteligente, e como diz Fernando Pessoa: “O Mundo não se fez para pensarmos nele... Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...”***.

Notas:

* Livro Magnólia da Marcia Tiburi;

** Livro Distraídos Venceremos de Paulo Leminski;

***Fernando Pessoa em Poemas completos de Alberto Caeiro

27/08/2006

domingo, 13 de julho de 2008

Exausto!


Rápido, rápido, rápido e rápido. Precisa escrever, vai!


1° Ato: A mesmice me cansa. Encontrar todos os dias o mesmo verde nas paredes, a mesma cor marfin dos armários, inclusive... Os móveis de sempre. Olhar esse espelho me cansa. O mesmo rosto de sempre, o corpo de sempre, tudo de sempre. Só uma constante mudança de figurino - Não aguento mais você - Digo isso ao espelho;
2° Ato: E ESSA SOCIEDADE CORROMPIDA! Como me entristece olhar para a mudança de valores, de ver o certo ser errado, o errado ser o certo. Hoje vejo que o errado se tornou comum, até caiu nas graças do povo. Acho que não existe mais o errado. O certo é que errado e certo viraram ponto de vista;
3° Ato: É aí que mora o perigo.

Encerro a datilografia.

domingo, 6 de julho de 2008

Uma sinfônia para um ignorante

Ah essa música que invade o meu âmago. Soa como passarinhos nos ouvidos desse ignorante que não sabe os tempos, as notas e mal, mal os compositores.
De qualquer forma, tudo faz sentido para este que nada sabe sobre música clássica. Mas sabe apreciar este som que é um conforto aos ouvidos e que também inspira.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Welcome

Tudo era um sonho. E L. estava de acordo com tudo.
A fantasia estranha de ser, de viver...
O entusiasmo por fazer o que gosta, fazer acontecer a Arte.

PROPORCIONAR ARTE!

Tudo estava bom e isso deixava L. em paz.

----------------------------------------------------------------------------------------------------

Correndo contra o tempo, tentando fazer muita coisa em 24h. Exausto!