sábado, 6 de fevereiro de 2010

Tin tin!


Querido diário,

Foi aqui que tudo começou, há uns cinco anos... Quando te procurei para, a partir de então, registrar tudo o que viesse a acontecer. Inspirado em Anne Frank, claro. Foi assim que comecei a praticar minha escrita, logo em seguida vieram as primeiras "crônicas", se assim posso considerá-las, as primeiras poesias, os romances inacabados, os contos, ainda, em fechamento...
Com você, veio também o meu processo de 'auto-conhecimento'. Quantas vezes o questionamento 'quem eu sou?' passou por suas páginas? Quantas! Eu queria, a todo custo, me enquadrar nos conceitos já formulados. Imaturidade, talvez... Faz parte da idade, na época eu tinha meus 13 anos.
Logo depois, acredito que você se lembra, eu comecei a fazer terapia. Ah, que grande iniciativa a minha. Foi uma das melhores coisas que fiz até hoje. Nesse processo de análise pude exorcizar tantos fantasmas, deparar com outros tantos, reencontrar... Tem sido muito, muito bom.
E, nesse tempo, eu pude amadurecer também na escrita. Às vezes ainda tropeço nas palavras, cometo alguns erros, difíceis de serem encarados... Muitas vezes, por causa deles, pensei em acabar com meu blog e começar do zero. No entanto, eu sempre frisava para mim mesmo que todos temos um passado, esses errinhos fazem parte da minha história, compõem a caminhada ao progresso.
Falando no blog... Em maio completamos dois anos. Fico feliz em ver que estou persistindo nessa história. Tive um outro, Memórias de um futuro remoto, mas que não tinha dado muito certo. Havia desanimado pelo fato de não aparecerem leitores... Às vezes até apareceram, mas eu não cheguei a notar. Mas daí foi bom, com o Meu eu. - um dia irritante! -, descobri que nós temos que ser o nosso primeiro leitor. Devo escrever, ler, avaliar, criticar e, algumas vezes, dar lugar à vaidade e sentir aquele orgulho: mas que lindo texto!
Tudo isso tem me ajudado muito a chegar num denominador comum, à incansável busca pela minha essência.
Já cheguei a conclusão de que eu sou meu maior vilão. Eu me derrubo no chão como ninguém. Faço de mim mesmo um mártir. Não aceito meus erros com facilidade, daí, acabo "sofrendo" de uma crônica culpa. Desde sempre, eu nunca gostei que meus pais, ou, meus tios me corrigissem. Quando eu via que estava errado, já era o fim. Ficava nervoso se me chamassem a atenção, já não bastasse as minhas próprias broncas.
Esse ano eu resolvi que vou viver de forma mais leve. Sem muitas cobranças pessoais, errando muito e me ligando ao 'fodas'! Vou aprender a não ligar para a opinião alheia, principalmente aquela que um certo Lipe Arêdes formula de mim (rs). Mas é que muitas vezes me taxo de muitas coisas, julgo-me chato, por exemplo... Mas esse ano eu decidi e vou ser chato com dignidade. Eu enxerguei isso nessa edição do Big Brother (tá vendo, 'ele' também é cultura). A participante Elenita é extremamente chata. Ela fala quando deveria ficar calada, problematiza em cima de tudo o que os outros falam, é irreverente no seu jeito gorda de ser, 'causando'' com suas roupas curtas - saias justas! -, mas não está nem aí.
Então, caro diário, é isso: Esse ano eu quero ser; sem sofrimentos e cobranças. Quero poder dizer: que cagada, heim! Mas bola pra frente. Não quero estacionar no tempo. E sei que tudo isso só virá somar ao meu amadurecimento.

- Um brinde à minha chatice!

Um comentário:

Pedro disse...

Doido! Continue aí com suas reflexões metafísicas filosóficas matemáticas etílicas abstratas à procura do intangível do intocável que é a própria identidade. Boto fé