quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Da minha câmera (quebrada!)

Pesco você com um zoom.
Capto, no ato: gravo
na fotografia.

Vou examinando você, descamando.
Mas você, você não acaba,
você é só casca.

Até quando vou
desmembrar-te,
parte a parte...

Não, você não acaba,
é troço sem fim.
- Sai de mim!

Guardo-o numa câmara,
na memória da câmera,
dou-te um descanso.

Mas você, você não tarda
a se revelar.

Um comentário:

Leonardo Ribeiro - Personal Dancer - BH disse...

Gostei desse! Especialmente da seguinte estrofe:

"Até quando vou
desmembrar-te,
parte a parte..."

Acho lindas as palavras com som aberto, em especial as que rimam com "arte". Fazem algo bom em mim. Não sei explicar...