sexta-feira, 24 de abril de 2009

B'day



Porque menino, por quê?

Porque tanta idéia?

Para quê tudo isso?


Nesse dia, 24 de abril (data do meu nascimento), celebro minha vivência falando de mim. O eu, interno, que é orgânico, dotado de emoção, não muito, porém, racional.

- Quem é você? Perguntou ele, bem baixinho, como se fosse um murmúrio.

- Quem é você? Respondeu o outro, no mesmo tom.

E nesse silêncio, eles se conheceram. Eles, ele, o próprio, o mesmo... Eu. E eu me conheço? Não, definitivamente não. Mas eu vivo!

- Eu tinha o costume de me olhar no espelho. Era agradável para mim, não sempre, quase nunca, mas algumas vezes era agradável me olhar. Reconhecer-me no meu próprio reflexo, exposto ali, aqui, na minha frente. Detectei certas semelhanças entre mim e ele, o que acarretou em uma séria implicância.

Eu gosto de mim. Muito! Apesar de muito me contrariar, de trair e, principalmente, não obedecer aos meus comandos... Repito:

Eu gosto de mim.

__gosto da vida.

__+osto de livro.

-----sto di escrever.

------to do rir.

-------o du arte em si (em dó, em ré, em mim, também).

---------de ti e dele, também.

- Ainda assim, não posso negar, há certas coisas que insistem em me incomodar. Meu, eterno, irritante eu! Tão estranho.

- O que é estranho?

- Eu.

- Vamos ao que interessa, jogo rápido, bate bola... Um livro:

- Só um?

- Está bem, três.

- O Mundo de Sofia, O Pequeno Príncipe e A Casa dos Budas Ditosos. Sempre gostei de livros. Não os lia, quando era criança, mas gostava de ter. Hoje, ainda gosto de ter livros (comprar), a diferença é que comecei a ler.

- Um filme:

- A Partilha, é brasileiro (AMO!). Porque eu descobri as Frenéticas e foi amor a primeira vista: Dance bem, dance mal, dance sem parar...! É o meu lema.

- Uma música:

- Seduzir, de Djavan: Vou andar, vou voar, pra ver o mundo...! Minha vida tem trilha sonora, a cada época, uma música especial.

- Inverno ou verão?

- Inverno... Sempre me inspirou bastante. Frio com chuva então... Nem se fala.

- Falar de nós mesmos, de forma direta, é tão difícil, não acha?

- Porque muitas vezes não sabemos o que se passa dentro de nós. Eu, por exemplo, reconheço-me, mas não na totalidade do meu ser.

- Posso continuar com as perguntas?

- Tudo bem.

- Uma memória:

- Sabe, eu costumava inventar histórias na minha infância. Montava direitinho na minha cabeça toda a trama. Lembro-me que eu tinha vários amigos imaginários. Se tem uma coisa que eu nunca poderei reclamar, será de não ter sido criança. Eu fui criança até o fim, quando meu tio dizia que eu estava grandinho demais para brincar com bonequinhos.

- Bom, para encerrar a conversa... Uma frase:

- Uma citação?

- É.

- Pode ser duas? É que eu fui olhar no meu caderninho de notas e vi duas perfeitas.

- Está bem.


Quem não é um acaso na vida?

Clarice Lispector


Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existem.

Oscar Wilde


- Obrigado.

- De nada.

- Ah! Já ia me esquecendo... Parabéns.

- Parabéns!

3 comentários:

.hugo rocha. disse...

muito bom o texto! gostei demais

ah, parabéns!

^^

Caio disse...

Parabéns.

(voltei a ler, hehe)

Tammy disse...

U-A-L-L

Muito bom seu texto, e a visão que tem de si é bela e isso é bom! Ajuda, melhora...

Parabéns rs