quarta-feira, 6 de maio de 2009

Meu querido avô


Há um ano o senhor Agenor, meu avô, faleceu. Gostaria de ter escrito um belíssimo texto para "postar" aqui, mas ontem eu comecei a fazer uma oficina de interpretação, voltada para cinema, e está tudo uma correria. Por outro lado, no dia do meu aniversário - e dele também - eu escrevi um texto para o homenagear e, também, agradecer; porque meu avô me ensinou uma das coisas mais importantes em minha vida:

No dia-a-dia, uma ausência. No coração, aquela velha presença, uma vez plantada e cultivada pelo senhor Agenor (meu avô). Ele está fazendo falta. Estamos todos com saudade. Mas será que ele realmente se foi?
Meu avô deixou um pouco dele em todos nós. Como grande "entendedor" de hortas e jardins, ele enxergou em nós prosperidade. Plantou uma semente, adubou nosso solo, regou-nos com muito cuidado, sem exagerar uma gota. Ele podou nossos galhos e fez de cada um, uma árvore bela e forte, daquelas que dão frutos.
Vejo que o senhor Agenor está em sua esposa, seus filhos, seus netos, bisnetos, genros e noras... Ele esta em todos os que tiveram oportunidade de conhecê-lo.
Não é preciso vídeos, nem fotos, é fechar os olhos que eu ouço aquela risada sapeca sempre acompanhada de algum comentário. Lembro-me claramente do seu jeito de caminhas, a maneira como segurava uma colher... e como comia com gosto!
Acredito que eu aprendi com meu avô uma das coisas mais importantes da minha vida, que é dar valor a essa imensa família que tenho. Se sou como sou, fruto do meio, é porque cresci aqui, na casa da minha avó.
Hoje, dia 24 de abril, data de meu aniversário, eu gostaria de agradecer a todos vocês por tudo e, também, ao meu avô, que me mostrou nos seus atos, a grandeza de ter uma família, essa família, os Sousas com z e com s.

Ano passado, em julho, quando eu estava em época de apresentações, fiquei chateado por pensar que o senhor não iria poder me prestigiar no teatro. Cheguei a sonhar que estava apresentando e via-o na platéia. Ah, como chorava ao vê-lo ali. Pouco depois desse pensamento, lembrei-me que muito pelo contrário, a partir de então o senhor estaria sempre me assistindo e acompanhando todo o meu progresso, seja no teatro, seja aonde eu estiver.
Meu querido avô, sei que estás bem. Pode até ter morrido em carne, mas em espírito, continua presente em nossas vidas. Como disse a todos que estavam presente em sua casa, no dia do nosso aniversário, o senhor está com a gente em todos os lugares, na memória, no coração, nos valores ensinados, na nossa conduta... Gostaria, mais uma vez, de te agradecer por tudo.

Muito obrigado, meu vô!

2 comentários:

Romulo Lacerda disse...

Você tem o dom de me deixar emudecido com certas coisas que escreve. É muito bonito ver AMOR VERDADEIRO nos dias de hoje. Pode ter certeza e fé na presença dele ao seu lado.

Tia Marta disse...

É com certeza a homenagem mais bonita que papai poderia receber Você conseguiu em poucas palavras dizer muito do que ele representou prá todos nós, e com certeza ele deve estar muito orgulhoso.
Parabéns
Beijos
Tia Marta