Pensei, repensei. Escrevi, desmanchei... Tentei resgatar o que ainda restava de Filipe no Filipe que sou. Bolei vinte chatíssimos aforismos e quase no final percebi um tanto de mim em mim mesmo. Pelo visto nada mudou e eu continuo vivo! E festejo meu vigésimo aniversário com a emergência de bicho ave recém nascida das cinzas:
O sol provocara
a Terra naquele
dia. Logo cedo
se percebeu
temperatura d'água
se elevando.
O mar se
agitava. Espumava,
tomado por
tamanha bravura.
Via-se borbulhas:
moléculas d'água
engravidando,
virando bolha.
Bolsa embriagada
de líquido
amniótico.
Era possível
enxergar o embrião
vermelhosangue
sofrendo mitose:
Bicho se
fazendo ave.
A bolha
se protegia.
Criava casca.
Mantia temperatura
e protegia sua
cria de outras
vias, de
outras vidas.
E o bicho
estremecia.
Bicava, bicava
e anunciava
que estava de
partida.
De fora,
via-se o ovo
ágiltado.
Fruía de
pouco espaço.
E aos
poucos se
ouvia os
primeiros
pios. Ese via ave
de penas
vermelhofogo
ganhando
corpo.
Renascia
então a fênix.
Bichomito
renegociando
a vida.
Carregava
consigo a
memória de
antigos vôos
com o viço
de uma
nova vida.
P.s.: Pouco depois de eu ter completado uma década minha mãe se mudou para os EUA e a vida por aqui ficou bem diferente. Do despertar dessa décimasegunda primavera eu espero pelo seu retorno, ambiciono um prazeroso futuro profissional e só peço a Deus que a Arte nunca me abondone, pois sem ela, como diria Renato Russo: "eu nada seria". É isso, um feliz aniversário!
2 comentários:
só 20 aninhos... ai ai ai
inveja
hahaha
adorei,
(:
Olha, uma década de vida é um presente repleto de experiências. É bom guardar essa poesia, pois em uma década você olhará para ela como quem reencontra um antigo eu. Meus parabéns para você Lipe!
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