sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Apenas um conto

E ele perguntou:

- Tem alguém aí?

E como eco, propagou-se:

- "tem alguém aí... tem alguém aí... tem alguém aí?".

Sem respostas, ele repetiu:

- Ei...
- " ei... ei...".
- ... Tem alguém aí?
- "... tem alguém aí... tem alguém aí... tem alguém aí".

Ele continuou a andar, havia chegado até aquela caverna depois de muito andar e não seria agora o momento de desistir. Não depois de tudo o que ele tinha passado até ali.
Estava escurecendo, ele trazia consigo uma lanterna, mas se lembrava de que a pilha não duraria por muito tempo. Caso contrário, ele voltaria atrás e não continuaria a seguir em frente. Seria a escolha mais prudente, é claro.
Mas ainda estava cedo para desistir e aquela caverna a sua frente, deixava-o com um misto de medo e curiosidade... Com isso, era melhor continuar.
Seu estômago indicava que algo não estava bem, uma insegurança, talvez, acompanhava-o a medida que avançava pela caverna. Ouvia barulho de asas, provavelmente seriam alguns morcegos perturbados com a sua chegada. Deveria haver outros bichos ali dentro como ratos, alguns insetos... Não sabia muito bem a razão de ter ido até ali, mas era preciso atravessar a caverna para enfim entender o motivo.
Os pensamentos invadiam sua mente, talvez seria por isso que sua cabeça doía. Perguntas e mais perguntas. Dúvidas. Se havia alguma verdade na vida, ele desconhecia. Até o momento, havia descobrido que tudo é instável, as certezas de nossas vidas poderiam parecer bem claras, mas uma hora ou outra seria provado que nada daquilo era tão certo. O 'não saber, nem entender' continuaria sempre ali, consigo.
(continua...)

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