ou Poesia do incômodo
Como um troféu,
você o pôs
na estante.
Expôs
e repôs...
expôs e repôs
no mesmo
instante.
Esperou o tempo pairar,
a poeira baixar
de vez naquela
prateleira.
Esperou o clamor
acabar, o grito se calar,
o choro secar, e o seu troféu,
enfim, empoeirar.
Está ali o seu troféu...
Já tão distante...
Tanto faz,
pouco importante...
Caminhão de mudança
estacionado no asfalto.
Coração abandonado
na estante.
Não cabera na caixa,
mas o projetara
naquele instante.
Não cabera na - nova - casa,
mas o proporcionara
aquele lance.
Como um troféu,
você se atreveu
a esquecê-lo
na estante...
(Sem supor
o que o
troféu
iria sentir.)
- Mas ele sentiu!
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