terça-feira, 10 de novembro de 2009

É certo que
não gosto de te ver tão só.

É certo que
não gosto de te largar às poeiras,
baratas, teias e suas donas aranhas.

É certo que
te gosto completo, com teto, com
chão e suas quatro paredes.

É certo que
não gosto, também, de te deixar
com as janelas fechadas, portas emperradas,
entaladas, agarradas ao portal.

É certo que
não gosto de muito desleixo, dou-te
um beijo, deixo o abraço, apertado, de lado. Até.

É certo que
o tempo acaba, ele passa, arrasa-me
com o tempo que não me dá tempo
de não pensar nada;
não escrever nada;
não falar nada;
não expressar nada,
nem um um pio.

Nenhum comentário: