Este, talvez, tenha sido um dia de céu azul,
sem núvens, sem vento, sem.
Calor, o calor me tomou, me roubou, me feriu, me viveu...
ME MATOU, de calor.
- Abre a janela, por favor?
Escuro, abafado. Esta casa está desmorando, em pedaços.
De fragmento a fragmento a fragmento a fragmento a fragminto!
Este, talvez, tenha sido um dia de céu azul,
de cores vivas bisbilhotando a morte.
- Arreda a cortina, vai.
Se lembra de quando papai cantava para nós,
bem assim, logo pela manhã:
"luz do sol,
que a folha traga e traduz
em verde novo
em folha, em graça, em vida, em força, em luz"
- Pois é, já não vejo a mesma graça mais.
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