terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Minha mesmice irritante

Eis a minha retrospectiva (feedback): É que eu nem sou chegado nisso, imagina! Eu só passei umas três sessões da minha terapia revendo o meu 2009. Falta de assunto? Talvez... É que estou esgotado das mesmas neuroses me aporrinhando. Preciso de motivos novos, razões ainda não conscientes, questões desconhecidas para trabalhar... Mas no momento estão em falta.
Sabe, é frustrante ver que no fundo você é uma mesmice. Constante. Eu penso que mudei muito, mas a essência está aqui - com toda a sua podridão também. Ainda assim, não desisti de me redescobrir, de me virar ao avesso e sacudir bastante, até tudo cair por terra. Todas as minhas "verdades". Talvez essa seja uma pretensão minha para o ano de 2010, uma das tantas!
A cada dia que passa me vejo mais incoerente, um tanto contraditório. Eu estava dizendo ao meu terapeuta que eu não gosto de criar grandes expectativas em ralação aos fatos, por ter medo de me frustrar... No entanto, cá estou eu, um poço de sonhos. Talvez, um abismo.
Meu ano foi turbulento, mas por dentro. Estou esgotado. Minha mente não pára - mente pensante, incessante. Tenho estudado muito, esforçado bastante. Nem me reconheço mais. Eu era tão conformado, satisfeito por ser mediano. Só que esse ano acreditei que eu poderia ir do bom ao muito bom, até parar no excelente.

- E parou?
- Espero que não.

Não quero nunca descobrir o meu melhor. Quero colocá-lo num altar, distante de mim e, a cada vez que eu me aproximar, por favor, o afastem de novo. Deixem-no bem longe e coloquem novos, velhos (tanto faz) obstáculos.
Ao contrário de Drummond, que dizia ter uma pedra no meio do caminho, tenho várias, quero várias. Elas me forçam a progredir, pela dor, pelo amor. Mas atenção! Tudo para chegar a lugar nenhum. Sem nenhuma, real, conclusão.

Era uma vez uma barata, que já havia passado por intensas mudanças climáticas ao longo dos séculos, resistido às, sistemáticas, catástrofes da natureza, sobrevivido após inúmeras bombas lançadas durante as Grandes Guerras Mundiais. Mais tarde, depois de tanto zanzar, ficou tonta. Sem saber que caminho tomar - perdida - acabou atropelada por anseios superiores: Um pezão bem grande veio e a des-ba-ra-ti-nou. De seu homicídio, restou apenas a sua gosma, viscosa, alojada, até o momento, no seu interior.

ps. Em 2010, eu desejo um terremoto para avacalhar com todo esse antiquário.

sábado, 26 de dezembro de 2009

'querzinho' de querer 'irzinho'

Não dou conta mais. Não agora.
Preciso daquelas tais semanas,
cuja os dias eu poderia passar apagado.
E, ainda assim, de nada adiantaria.

Preciso fugir.
Extinguir-me.
Preciso sumir...
Desaparecer de mim, de ti, daqui.

Já vou, já fui.
- Estou indo.
- Me aguarda, vai.
- Esta bem.

ps. aaaaaaaaaaaah! Não vejo a hora de tudo isso passar, quero muito, muito passar na UFMG, mas a vontade de poder respirar aliviado e dizer: acabou!... Talvez seja muito maior agora.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Por trás dos natais, existe um Natal

" - A senhora é conformada.
- Tenho , dona. Deus nunca me abandonou.
- Deus - repeti vagamente.
- A senhora não acredita em Deus?
- Acredito - murmurei.
[continua...]"

É tempo de natal.
Tempo de reflexão para alguns...
De compras para outros.
Ou dos dois. Juntos.

É tempo de natal.
Tempo de alegria para alguns...
De tristeza para outros.
Ou dos dois. Juntos.

É tempo de natal.
Tempo de estar junto dos outros...
Ou sozinho, afastado de alguns.
Ou os dois. Se-pa-ra-dos.

Deixemos de lado as conotações dadas ao Natal... Voltemos para o seu real significado, ainda que forjado pela Igreja. Lembremos do nascimento de Cristo e de toda a sua influência para a humanidade - até os dias de hoje.

"[...]
E ao ouvir o som débil da minha afirmativa, sem saber por quê, perturbei-me. Agora entendia. Aí estava o segredo daquela confiança, daquela calma. Era a tal fé que removia montanhas..."

( extraído do conto "Natal na barca", de Lygia Fagundes Telles)